O
post de hoje será sobre uma das mais antigas e concretas indicações do laser de
baixa potência: o reparo tecidual. Tendo em vista todos os mecanismos de ação do
laser nas células, o tecido restabelece a homeostase, o equilíbrio, a
normalidade, levando, então, a sua reparação. Trocando em miúdos, quando o
tecido está com energia ele tem força para se recuperar. Lá vem a sabedoria de
vó dizendo que o corpo doente precisa de comida, precisa de energia!
O
processo de cicatrização sofre influência de fatores que prejudicam o processo,
por exemplo, diabetes. Para o cirurgião-dentista, atender um diabético não
controlado é alerta puro, pois as feridas podem demorar muito para cicatrizar,
e ficam expostas aos micro-organismos e traumas externos.
O
laser atua na inflamação, e o reparo é a fase final da mesma. Nesta fase, a
ideia é construir um novo tecido para substituir o que foi perdido, e para isso
existem etapas a serem seguidas: granulação (proliferação de fibroblastos e secreção
de colágeno, que formam a base do novo tecido), contração (fechamento de toda a
área da lesão por tecido de granulação), e epitelização (formação da borda da lesão).
Dependendo do quão rápido o tecido precisa ser reposto, forma-se a cicatriz do
tecido, que tem 70% de resistência do tecido original, cor diferente, e é
acelular e avascular. Isto porque tem casos que não se pode deixar a área
exposta até que o organismo se organize para repor o tecido exatamente igual ao
perdido, aí os responsáveis por fechar a ferida trabalham tão rápido que deixam
a cicatriz.
A
odontologia tem interesse enorme na aceleração de reparo e cicatrização:
feridas cirúrgicas, incisão gengival, aftas, mucosite, injúria de ATM, acelerar
regeneração de tecido nervoso lesionado, pós-implante..
A
aceleração do reparo pelo laser se dá em diferentes tecidos de diferentes
maneiras (copiado do livro referido ao lado):
1.
Tecido
nervoso: modulação de mediadores inflamatórios, maturação e regeneração, modulação
do potencial de membrana;
2.
Tecido
muscular: remodelamento de colágeno, modulação na expressão de citocinas, proliferação
de células satélites;
3.
Tecido
ósseo: diferenciação em osteoblastos, aumento da atividade osteoblástica, maior
síntese de fibras colágenas.
Enfim,
não há dúvidas da eficácia do laser em cicatrização tecidual, quem usa uma vez
e vê o resultado não fica mais sem.
Para
ilustrar o post, um caso clínico de um primo, na fase de cair de bicicleta,
cair do muro, ralar joelho e deixar a tia de cabelos em pé. O caso foi que ele
caiu, cortou a canela e foi para o posto. Lá medicaram, mas deu processo
alérgico ao medicamento, e foi internado. Por isso, chegou até mim com pus na
região e alguns dias depois do acidente. O protocolo foi de 4 dias de laserterapia,
com luz vermelha apenas, e pontos ao redor da lesão. Infelizmente, por motivos
de força maior, não tenho a foto final, apenas a inicial e de dois dias
seguintes. Ahh e desculpas pelas qualidades das fotos, ainda estou aprendendo essa história de fotografia.
Tenho
outro caso, de ferida de diabético, com meses de exposição. Mas é cena para os
próximos capítulos. J
Primeiro dia de laser |
Segundo dia de laser |
Último dia de fotos. |
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