Mais um pouco de física até a gente chegar à parte prática. Basicamente
a luz no tecido reflete ou espalha ou é absorvida. Os efeitos clínicos se dão
quando ela é absorvida pelo tecido danificado. Quando o laser entra em contato
com o tecido há uma transformação da energia luminosa em térmica e química. O ‘porteiro’
do nosso corpo é o cromóforo: responsável por absorver a luz. Os fótons são absorvidos
pelas bandas de vibração molecular que pertencem a uma molécula que age como
cromóforo. Por exemplo, em um comprimento de onda ultravioleta as proteínas e
DNA atuam como cromóforos, na faixa de luz visível a oxiemoglobina, hemoglobina
e melanina são os principais cromóforos e na luz infravermelho á água e
hidroxiapatita. Por isso o comprimento de onda é quesito fundamental para o
tratamento, bem como o tipo de luz a ser usado.
E para aqueles que não entendiam o motivo das aulas de bioquímica, lá
vai: a mitocôndria é super responsável pela ação da luz. Nela ocorre a conversão
de moléculas de glicose em ATP. Estudam demonstram (quem se interessar pelos
artigos é só pedir) que o laser aumenta o consumo de oxigênio, potencial de
membrana e síntese de NADH e ATP, bem como a síntese de RNA e proteínas.
Resumindo: “acredita-se que a terapia com laser é baseada na habilidade da luz
em alterar o metabolismo celular, como resultado da sua absorção pelas mitocôndrias.”
Repito, isto é uma explicação superficial, mas que dá uma noção do que
acontece na célula. Tendo esta noção da mitocôndria vamos aos radicais livres. Em
poucas quantidades, eles sinalizam/estimulam o núcleo a fazer transcrição
gênica. Em altas quantidades, são tóxicos, mutagênicos. Entre as principais
formas reativas de radicais livres estão:
O2, H2O2, OH, oxigênio singleto e NO (óxido nitroso). Em altas
quantidades dessas formas reativas, como em caso de estresse oxidativo, o laser
tem atuação biológica: restabelecimento de ATP, da função respiratória da
célula. Elimina o NO que está ocupando o lugar do O2 e deixa a célula trabalhar
em paz. Laser não remove radical livre, simplificando a explicação, ele
estimula a produção de uma enzima, que elimina o radical. Se ficou muito complexa
a história do radical livre, deem uma olhada nos cremes de beleza para
rejuvenescimento, todos envolvem a palavra radical livre, ou então as dietas de
hoje em dia, todas baseadas em alimentos antioxidantes. Aí fica mais fácil
associar radicais livres e estresse oxidativo a ação prejudicial no tecido. Se nada disso
entrou na cabeça, lembrem-se de uma coisa: o laser só age onde tem LESÃO. Em
células com funcionamento normal ele não tem motivo para intervir, a menos que se deseje uma analgesia antes da geração de um trauma. (próximo assunto). Por isso o
dedo de quem segura o laser não sofre danos. Mas os olhos sim, a luz os prejudica quando olhamos diretamente, por isso o uso dos óculos de proteção é
indispensável.
O capítulo 3 do livro que indico ao lado é perfeito para uma explicação
mais profunda desse post. Para o próximo, o motivo pelo qual damos ao laser as
propriedades analgésicas, anti-inflamatórias e de reparo tecidual. Será que já
podemos lançar a campanha XÔ, PARACETAMOL? Em breve, respostas. J
Boa tarde !! Tem como me passar o artigo por e-mail ?? Camyla_cna@hotmail.com
ResponderExcluirObrigada pelas informações sobre carboxiterapia belo horizonte
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